No episódio “A Revolução Começa na Panela”, voltamos milhares de anos no tempo para entender como o simples ato de cozinhar transformou o destino da nossa espécie. Ao redor da fogueira, nossos ancestrais descobriram que cozinhar não só tornava os alimentos mais seguros e nutritivos, mas também permitia que gastassem menos energia com digestão e mais com criatividade, comunicação e comunidade. Nosso corpo mudou, nosso cérebro cresceu, nossas sociedades se fortaleceram ao redor das panelas.
A cozinha é espaço de afeto e resistência, especialmente nas Cozinhas Solidárias do MTST, que além de combaterem a fome, promovem a agroecologia e fortalecem o tecido social. Destacamos também as PANCs, que chamamos de Plantas Alimentícias Não Colonizadas, como protagonistas de uma culinária agroecológica que combate a monotonia alimentar, resgata sabores ancestrais e nutre a biodiversidade local.
Refletimos ainda sobre como o agronegócio e a indústria alimentar têm afastado as pessoas das panelas e da terra, produzindo alimentos ultraprocessados que alienam e adoecem. Mas cozinhar pode ser um ato político e transformador, devolvendo autonomia sobre o que comemos e como nos relacionamos com o planeta. Cada prato feito em casa, com ingredientes agroflorestais e saber ancestral, é um elo vivo com nossas raízes, e uma forma poderosa de regenerar não só a saúde do corpo, mas também da terra e das comunidades.
No fim, cozinhar é cuidar, resistir, lembrar. E quem cozinha com carinho, naturalmente planta com cuidado—porque cozinhar foi nosso primeiro gesto agroecológico.
Referências:
– Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica é lançado no Dia Mundial da Alimentação
– Investigando o papel do processamento de alimentos na evolução humana: uma abordagem de construção de nicho
– Dieta, polifenóis e evolução humana
– AVALIAÇÃO DA BIOACESSIBILIDADE DE ANTOCIANINAS DE AÇAÍ (Euterpe oleracea)
– Impactos na saúde e no meio ambiente dos principais alimentos consumidos nos sistemas alimentares regionais do Brasil
– Propriedades técnico-funcionais e digestibilidade in vitro da farinha de ora-pro-nóbis e do concentrado proteico para avaliação do potencial de aplicação em alimentos
Vídeos youtube:
– Somos especiais – não somos? 16 bilhões de neurônios e o impacto da cozinha na evolução humana
– como HUMANOS domesticaram o FOGO?
– A DESCOBERTA QUE MUDOU TUDO
– Cena Sinestesia – Ratatouille – Pixar
– Máquinas Chinesas, Terras Camponesas: tecnologia para alimentar o Brasil
– Documentário Resistências no Chão da Floresta: Agroecologia na Amazônia
– Sitopia: how food can save the world | Carolyn Steel | 5×15
Musicas
– Novos Baianos – Brasil Pandeiro (Acabou Chorare) [Brazilian Music]
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